ISBN
978-989-98808-5-6
Edição
CIAMH, FAUP
Ano
2019
Número de páginas
134
Dimensão
14,5x22cm
ISBN
978-989-98808-5-6
Edição
CIAMH, FAUP
Ano
2019
Número de páginas
134
Dimensão
14,5x22cm
“Trata-se de uma colecção de entrevistas feitas pelo arquitecto Nuno Lacerda Lopes. São conversas entre arquitectos da Escola do Porto onde se procura compreender o processo de construção de um ideal de arquitectura, de profissão, de sociedade e de escola, tendo por base uma reflexão pessoal e aberta e até esclarecer as inquietações teóricas e práticas bem como as circunstâncias que fundamentam a arquitectura portuguesa dos dias de hoje.”
Excerto
“- Boa tarde Professor Doutor Nuno Portas.
– Doutor não.
– Não é Doutor, mas é Professor!
– Sou Professor sem ser associado. Sou Catedrático sem ser Doutor.
– Sem ser Doutor!
– Não éramos Doutores.
– Era acerca disto que eu gostava que me falasse um pouco, da sua formação, desse tempo em que foi formado… Porque a ideia que se tem quando se fala consigo, quando se estuda também a sua obra e todo o seu percurso, a sua vida, é de estarmos em presença da própria história da habitação e da arquitectura portuguesa, não é?
– Mais ou menos. É porque já é longa.
– Ou porque é importante, ou porque é…
– Não. Mas, de facto, foi um dos meus começos, quando acabei a escola em… A gente nunca sabe bem quando é que acabou a escola. Naquela fase não havia prova final, iam-se fazendo provas. Mas isso não é relevante. O que é relevante, digamos…
Estávamos no ano 1955, mais ou menos – 1956, 1957, por esses anos – acabei o curso e tinha que preparar uma tese, que nessa altura era o trabalho final. E eu, juntamente com outros colegas de Lisboa (como o Pedro Vieira de Almeida, que agora é professor aqui no Porto) decidimos fazer umas teses, chamadas teóricas, coisa que o professor – nessa altura importante, que era o Cristino da Silva, que foi um grande arquitecto nos tempos de jovem, mas que já estava em fim de vida académica – juntamente com outros lá da escola, não aceitaram as teses teóricas. De maneira que nós falámos com o Professor Carlos Ramos e, por isso, vim fazer a tese ao Porto.
Vim fazer a tese ao Porto, nunca tendo frequentado o Porto, a escola do Porto, a escola de Belas Artes, e com, exactamente, uma tese que era sobre a tipologia da habitação colectiva. Julgo que ainda há para aí um exemplar. Eu não tenho nenhum, mas acho que há. Em tempos pensou-se republicá-lo, mas aquilo é um trabalho bastante datado, porque pretendia ser um trabalho de novidade naquela época. Não faz sentido publicá-lo agora…”